CPI do Mensalão
Raquel Teixeira: A deputada do PSDB e secretária de Estado de Goiás teria recebido uma oferta de 30.000 reais por mês mais luvas de 1 milhão de reais por ano para mudar de partido e entrar na base aliada ao governo, numa oferta do deputado Sandro Mabel, líder do PL. Ela rejeitou a oferta e ainda foi acusada de quebra de decoro. Foi inocentada pela comissão de Ética.
Sandro Mabel: Líder de seu partido na Câmara, Mabel é acusado por Raquel Teixeira de oferecer 30.000 reais por mês mais luvas de 1 milhão de reais por ano para que a tucana mudasse de partido. Em depoimento ao Conselho de Ética reconheceu ter convidado a deputada a fazer parte de seu partido, mas negou oferta em dinheiro.
Valdemar Costa Neto: Roberto Jefferson disse que o dinheiro das mesadas de parlamentares da base aliada era entregue pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a líderes ou presidentes dos partidos, como o ex-deputado Costa Neto, presidente do PL, que o distribuíam nas suas bancadas. Costa Neto renunciou ao admitir que recebeu dinheiro - mas, segundo ele, só para campanhas eleitorais.
José Janene: Acusado por Jefferson de ser um dos beneficiários do mensalão e de ajudar Marcos Valério a distribuir o dinheiro. O deputado do PP negou tudo.
Delúbio Soares: Centro do esquema denunciado por Jefferson, Delúbio – ex-tesoureiro do PT expulso do partido - seria o responsável por reunir o dinheiro do mensalão e distribui-lo aos parlamentares dos partidos aliados. Negou o esquema do mensalão mas confessou ter organizado um esquema de caixa de campanha com "dinheiro não-contabilizado" vindo de empréstimos feitos por Marcos Valério.
Maria Christina Mendes Caldeira: Ex-mulher do presidente do PL, disse que Costa neto era "amigo próximo" de Delúbio Soares. Contou ainda que Costa Neto embolsou parte de uma doação do governo de Taiwan para a campanha de Lula para presidente, e que o deputado usa dinheiro do PL para fins pessoais.
Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza: Mulher e sócia de Marcos Valério, co-proprietária das empresas de publicidade envolvidas no escândalo. Em depoimento à CPI, disse que não tinha nenhum conhecimento sobre as atividades das empresas de Marcos Valério. Mas revelou que José Dirceu sabia da existência dos empréstimos feitos por Delúbio Soares.
Marcos Valério Fernandes de Souza: Acusado de ser o encarregado do pagamento do mensalão aos deputados que participavam do esquema e de emprestar dinheiro ilegalmente ao PT. Valério é suspeito de sacar o dinheiro, depositado nas contas de suas agências, e levá-lo a Brasília em malas para a distribuição aos líderes de partidos aliados. As agências dele tinham cinco contas do governo federal. Diz ainda que "nunca fez entrega" de dinheiro a parlamentares mas admite ter feito empréstimos atendendo pedido de Delúbio para alimentar o caixa de campanha do PT.
Fernanda Karina Sommagio: A ex-secretária de Marcos Valério revelou detalhes da ligação entre seu ex-chefe e integrantes da cúpula do PT e do transporte de malas com dinheiro retirado do Banco Rural e Banco do Brasil. Segundo ela, os pacotes saíam do escritório de Valério rumo a Brasília, onde deveriam ser distribuídos.
Simone Reis Vasconcelos: Na lista de sacadores de dinheiro de contas ligadas a Marcos Valério, a diretora financeira da agência SMP&B tem o segundo maior montante de recursos tirados dos bancos. Sob orientação de Valério, organizava saques e participava da entrega de dinheiro a pessoas ligadas a deputados - que procuravam a diretora no banco e recebiam valores. À Polícia Federal entregou lista de beneficiários dos saques, com deputados, assessores de partidos e pessoas ligadas ao publicitário Duda Mendonça. Segundo ela, Zilmar Fernandes da Silveira, sócia de Duda, recebeu mais de 15 milhões de reais, a pedido de Delúbio Soares.
José Genoino: O ex-deputado e ex-presidente do PT foi acusado por Roberto Jefferson de conhecer e aprovar o esquema do mensalão. Também teria acertado com o PTB a doação de 4 milhões de reais para campanhas do partido de Jefferson. Teria ainda conhecimento de detalhes da distribuição de cargos a aliados, inclusive nos Correios.
Luiz Gushiken: O ex-secretário da Comunicação de Governo e Gestão Estratégica – hoje apenas assessor especial de Lula - ocupava lugar de destaque como interlocutor de Lula. Nos Correios, é suspeito de mudar as regras de concorrência para um contrato de publicidade na estatal. Uma agência de Valério se beneficiou da mudança - o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, disse à CPI dos Correios que seguiu ordem de Gushiken e do então presidente do banco Cássio Casseb para autorizar adiantamento de 23,3 milhões de reais à DNA Propaganda, de Marcos Valério em 2003.
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